Apesar do câncer de pele ser um dos tipos mais recorrentes e do assunto estar sempre em pauta, se proteger contra o sol ainda é um problema no Brasil. De acordo com a pesquisa liderada pelo Mestrando em Ciências Médicas pela UNICAMP e diretor científico do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele, Lucas Portilho, o número de brasileiros que não aplica protetor solar diariamente já chega a quase 3/4 da população, 72,5%. Em 2016, esse percentual era de 65%, em 2015 de 53% e em 2014 de 57%. “O Brasil é um dos países com maiores índices ultravioleta do mundo por se localizar numa região tropical do planeta”, lembra o pesquisador.

uso correto do protetor solar

Mas, o problema não para por aí. A pesquisa mostrou, também, que 80% da população não sabe a quantidade correta de filtro necessária para a proteção. Com as diversas formas de fotoproteção, como opções em pó, spray, bastão, creme e gel, e cada uma com dosagem diferente, fica ainda mais complicado acertar a quantidade segura. “O problema é que antes de lançar qualquer protetor solar, as empresas testam o nível de proteção UVB e UVA, que são obrigatórios, mas durante esses testes, as quantidades utilizadas estão bem longe da quantidade real aplicada no dia-a-dia pelos consumidores”, afirma o especialista.

Quantidade ideal

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Para obter a proteção do fator de proteção solar (FPS) descrito na rotulagem é necessário aplicar 2mg/cm². “De forma prática, pensando na face, essa medida equivale a uma colher de café cheia. Já no caso do corpo, o recomendado é aplicar uma colher de café para cada braço, duas colheres no torso, sendo uma para a frente e uma para as costas, duas colheres para cada perna”, explica o farmacêutico.

Qual protetor solar eu devo comprar?

uso correto do protetor solar

A escolha depende do tipo de pele. “Uma pessoa com fototipo 1 precisa de uma proteção muito maior quando comparado com uma pessoa com fototipo maior. Isso porque quanto maior o fototipo, mais escura a melanina da pele, um pigmento que protege a pele contra a radiação. Portanto, um indivíduo com pele clara, tem menos proteção e por isso precisa de fotoprotetores com FPS e UVA maiores. Além disso, é preciso levar consideração o sensorial do fotoprotetor. Pessoas de pele oleosas devem usar produtos que sejam mais secos, enquanto quem apresenta pele seca deve usar produtos mais hidratantes”, explica Lucas.

Fator adequado

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“A partir do FPS 30 já temos uma boa proteção, que fica perto de 97% de absorção da UVB, por exemplo. O problema é que como os brasileiros não aplicam uma quantidade adequada de produto, quando usam um FPS 30, na verdade a proteção é equivalente a um FPS 8. Por isso o ideal é optar por fotoprotetores com FPS mais alto como 50, 60 ou 70”, finaliza.