Por Mariana Arruda

O número de pessoas formadas cresce cada vez mais no Brasil. De acordo com dados no Inep/Censo de Educação Superior de 2017, apenas naquele ano, o total de alunos formandos alcançava a casa dos 11 mil. Trata-se de um “boom” na educação, que chega ao meio acadêmico e no mercado de trabalho com a seguinte reflexão sobre a capacitação desses profissionais: será que todos os formados são capazes de atuar na área? Nesta reportagem, a Campinas Cafe traz detalhes sobre os números e as expectativas do mercado, além de ajudar você a escolher o melhor caminho acadêmico para a sua carreira.

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Nova percepção

Segundo a professora e consultora associada da Inova Consulting, Eliane El Badouy Cecchettini, ao chegar ao mercado de trabalho, os profissionais se deparam com uma nova percepção do que é importante. “As técnicas são necessárias, mas tem sido cada vez mais vistas como commodities. Já as competências comportamentais é que vêm fazendo a diferença”, explica.

            Eliane El Badouy Cecchettini

Para se destacar em meio a tantos profissionais, a consultora associada da Inova Consulting conta que um exercício de autoanálise é importante para se posicionar a frente no mercado de trabalho. “Avalie sua carreira como se você fosse um app: quando foi sua última atualização? Trouxe novas funcionalidades? Corrigiu bugs? Qual problema você resolve? Qual review os usuários deixariam? Comparado com outros aplicativos da mesma categoria, quais são seus diferenciais?”, comenta.

Atualização profissional

Conhecimento nunca é demais e sempre será importante. Porém, a forma como devemos nos atualizar para acompanhar as novidades e continuar sendo especialista em determinado assunto mudou. Eliane explica que o conhecimento dobra em uma velocidade exponencial cada vez mais rápido. “Eu explico melhor: em 1.900 levava cerca de 100 anos. Em 1945, 25 anos. Em 2014, 13 meses. Em 2020, a previsão é que leve cerca de 12 horas. De acordo com um levantamento feito pelo Fórum Econômico mundial, em 2022 cada um de nós precisará de 101 dias extras dedicados à aprendizagem de novas formas de trabalho. Portanto, estudar é para a toda vida”, explica a consultora.

Para o estudante de doutorado no Beth Israel Deaconess Medical Center/Harvard Medical School nos Estados Unidos, Pedro Vasconcelos, é importante sempre estudar para perceber com clareza os avanços que foram alcançados ao longo do tempo. “Acredito que as pessoas que optam por nunca parar de estudar estão à frente das demais, pois estão preparadas para assumir cargos tanto na área acadêmica quanto nas demais áreas do mercado de trabalho”.

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Pedro Vasconcelos em Harvard

Do cursinho ao PhD

O inicio do planejamento de carreira se dá ainda antes da universidade. De acordo com Eliane, esse momento é muito difícil porque, além da preocupação com o vestibular e a futura profissão, os jovens ainda se deparam com diversas questões pessoais de autoconhecimento e autoafirmação. “Aprender com as próprias escolhas e experiências tanto no campo pessoal quanto no profissional auxilia a integrar conhecimentos adquiridos, selecionando e modificando ações relacionadas à construção da sua identidade”, conta.

Segundo o coordenador do curso de Medicina do Centro Universitário Claretiano, Dr. Jair Verginio Junior, e do vice coordenador, Dr. Cesar Zanella, tanto a instituição quanto os docentes entendem a importância desse momento. Confira!

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Dr. Jair Verginio Jr. e Dr. Cesar Zanella

Como inserido o aluno nesse universo?

Jair e Cesar: nós investimos em projeto político pedagógico focado na formação humana e profissional, modelos de ensino modernos e inovadores, docentes com experiência acadêmica e profissional, colaboradores e parceiros que compartilham do modelo Claretiano. Além disso, também contamos com uma estrutura moderna que permite aos alunos vivenciarem a teoria na prática e a anteciparem tendências do mercado de trabalho e necessidades sociais, em projetos de integração com as comunidades nas quais a instituição está inserida.

Como se preparar para disputar a vaga?

O processo seletivo para ingresso no curso de Medicina do Claretiano é realizado pela VUNESP. Como é histórico nestes processos de seleção o número de candidatos supera o número de vagas disponíveis dezenas de vezes. Dessa forma, o aluno que pensa em ingressar no curso de Medicina precisa investir na qualidade dos seus estudos, ser dedicado e focar no seu objetivo.

Qual a importância da educação continuada nesse caso?

O mercado de trabalho está cada vez mais acirrado. Os profissionais estão cada vez mais se especializando e se atualizando para garantir um bom posicionamento. Neste cenário, a formação continuada é uma das principais ferramentas de sucesso visando uma base sólida e completa para a formação de um médico crítico e reflexivo, resgatando a importância da relação médico-paciente tendo o conhecimento sobre a evolução da tecnologia na área médica como uma ferramenta de apoio. Nesse contexto, o Claretiano oferece aos seus alunos diversas oportunidades de formação continuada, como a pós-graduação latu sensu, residência médica e cursos de extensão.

Atualização

Marina Plason

As pílulas de conhecimento são ingeridas aos poucos: pode ser durante a faculdade ou depois, imerso no mercado de trabalho. Para a coordenadora de cursos de extensão da PUC-Campinas, Marina Piason, essa atualização pode ocorrer nos cursos de extensão. “A sociedade muda constantemente, e em ritmo cada vez mais veloz. O mercado de trabalho segue a mesma dinâmica. Assim, quem não se atualiza não consegue acompanhar essas mudanças, perdendo oportunidades em sua carreira”, explica.

Segundo ela, o curso de extensão é uma ótima alternativa por ser rápido e focado em capacitar sobre temas importantes no contexto de cada área profissional. “Assim, é possível participar em qualquer etapa da carreira profissional, desde o início dos estudos até anos de carreira, a depender da temática e da finalidade de cada curso”, conta.

É o que conta a aluna do Curso de Extensão de Jornalismo de Moda da PUC-Campinas com a revista Z Magazine, Marla Santos:acredito que nenhuma graduação consegue se manter atualizada frente ao volume de mudanças e novas exigências do mercado. De certa forma, uma mudança já nasce “velha” em certo grau. Por isso, podem manter estudantes e mesmo profissionais atualizados. Eles têm a agilidade que a academia não consegue oferecer”, explica.

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