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Por Mariana Arruda

Independente do destino, viajar é uma das experiências que dá satisfação e proporciona benefícios à saúde. De acordo com um estudo elaborado pelo pesquisador americano, Thomas Gilovich, e divulgado pela Universidade de Cornell, nos EUA, esse tipo de experiência contribui para o bem-estar e é a maneira mais eficaz de alcançar a felicidade à longa data.

Porém, durante uma pandemia, em que o isolamento social é necessário e as fronteiras estão fechadas, fica a dúvida: como é possível manter o sonho de viajar durante esse momento? Ou melhor, como serão as viagens pós-pandemia? É fato que o novo cenário ainda está sendo desenhado, mas já existem tendências sendo apontadas por especialistas. Conversamos com cinco grandes nomes do mercado mundial do turismo para responder algumas dúvidas sobre o momento. Confira!

Durante a pandemia

Turismo pós-coronavírus
Jack Ezon

Uma coisa é certa: viajar não está entre as atividades permitidas durante o isolamento social. Mas, como é possível manter ativo esse sonho dentro de cada um? De acordo com Jack Ezon, sócio fundador da Embark Beyond, empresa especializada em oferecer experiências de viagem de luxo sob medida nos EUA, este é um momento para se conectar com os viajantes. “A minha equipe possui o objetivo de se conectar com eles. Conversamos, perguntamos como eles estão e postamos dicas de atividades para fazer em casa”, explica. Além disso, ele complementa que este não é um momento propício para oferecer viagens. “Precisamos respeitar o tempo do cliente, assim, ofertas são inapropriadas neste momento”.

Destinos à vista

De acordo com Gerardo Felgueres, CEO da Felgueres Travel Group, uma das mais prestigiadas agências internacionais de viagens do México, quando a situação se normalizar, as pessoas optarão por destinos mais próximos de suas casa. “Eu imagino que elas não irão viajar para países distantes e com certeza os voos domésticos serão prioridade. Além disso, parques nacionais com espaço aberto, como Chile e Patagônia, na Argentina, devem ser os mais escolhidos. Vale lembrar que essa situação é como um trauma”, diz Gerardo. A agência Abreu, também acredita no potencial de destinos nacionais, que ofereçam a possibilidade de se deslocar de carro ou voos curtos.

Turismo pós-coronavírus
Gerardo Felgueres

Para Jacqueline Hoter, sócia e diretora executiva da Furlong-Fox, agência de viagens da Argentina, a prioridade será passar o tempo livre com a família. “Acredito que se não for possível viajar com a família inteira, as pessoas optarão por ficar em casa. Tudo depende do estilo do viajante”, explica Jacqueline.

 Transformação do turismo

3Jacqueline Hoter
Jacqueline Hoter

Ainda de acordo com Jacqueline Hoter, o sistema de hotelaria passará por uma longa transformação. Assim como a Emirates começou a fazer testes em passageiros para monitorar o coronavírus dentro das aeronaves, os hotéis passarão por mudanças ao receber seus hóspedes. “Com certeza serão mudanças na higienização destes locais, novas formas de fazer o check-in e servir o café da manhã estrarão em vigor. Acredito que o self-service não existirá mais, e os pequenos hotéis serão priorizados em detrimento dos grandes pelos turistas. O mundo mudará como mudou depois de 11 de setembro”, conta.

 

 Destinos pós-coronavírus

Segundo Eduardo Gaz, fundador do Grupo TTW e empreendedor especializado em viagens de esqui e luxo, os turistas voltarão a viajar, assim que os governos liberarem a circulação de pessoas entre os países. “É importante lembrar que as coisas sempre voltam a ser do jeito que eram”, lembra Eduardo.

Além disso, para Jack Ezon, as pessoas voltarão a viajar de forma gradual aos países mais afetados pelo vírus. “Elas possuem memória curta. Porém, no início, os viajantes optarão por destinos mais familiares de acordo com o seu país e cultura. Mas, não irá demorar muito para tudo voltar ao normal”, explica.

Turismo pós-coronavírus
4Eduardo Gaz

 Novos formatos

Destinos, trajetos e companhias. Sim, os formatos de viagem também passarão por alterações. Segundo a Abreu, grupos de pessoas conhecidas, como amigos ou familiares, por exemplo, são apostas para uma viagem com mais propósito, com um ritmo mais lento de roteiro.

Cancelamentos

Para os especialistas da Abreu, por conta da incerteza de viagens e da possibilidade de cancelamentos ou adiamentos, é possível que as regras das agências e companhias aéreas sejam flexibilizadas para melhor atender os turistas.

Novos requisitos

Se antes as pessoas analisavam o conforto, localização e café da manhã oferecido pelo hotéis, agora a tendência é que os pré-requisitos sejam relacionados à higienização dos espaços e protocolos sanitários adotados, de acordo com a Abreu.

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