Um estouro uma manada ensandecida dispara por um cânion. O leãozinho salta e luta para escapar dos cascos gigantes. Seu pai avança aos atropelos para colocá-lo em segurança. Os espectadores fixam os olhares apreensivos nos animais hiper-realistas. Uma sinfonia dá o clima e, no ritmo do perigo, as cadeiras vibram, aumentando ainda mais a sensação de imersão. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) foi às salas de cinema conferir como a tecnologia se tornou aliada do escuro e das telonas, para potencializar ainda mais a magia da 7ª arte.
Com a missão de ajudar a desenvolver a inovação no País, a Agência vai, ativamente, em busca de novas tecnologias. “Fomos ao cinema para demonstrar como as novas tecnologias proporcionam melhores experiências aos usuários que vêm assistir essas grandes produções e como elas podem ter influência na indústria do entretenimento. Viemos demonstrar a tecnologia D-Box que espelha o que está acontecendo no cinema direto para o espectador na cadeira”, afirma Rodrigo Rodrigues, Coordenador de Economia Digital da ABDI. As poltronas D-Box acrescentam dimensão tátil ao incrível mundo visual nas telas. Sincronizados com a trilha sonora, os efeitos e as cenas de aventura, os assentos confortáveis já disponíveis em várias salas do Brasil, se movimentam fortalecendo o elo entre espectador e toda a mágica. “O movimento mergulha os espectadores no filme até o ponto em que eles se sentem parte dele”, constata a Gerente de Exibição Cinematográfica, Daiane Manzam. A profissional explicou que a tecnologia usa “um sistema de movimento inteligente, que sincroniza as cadeiras especiais com a imagem e o som da película através de códigos já inseridos nos arquivos dos filmes pelas produtoras”. O sistema inteligente integra essas cadeiras com a história por meio de cabos. A intensidade dos movimentos pode ser controlada pelos espectadores, usando um controle que fica ao lado de cada cadeira.
Nos detalhes dos pelos, olhos e focinhos, os bichos, na reapresentação do clássico O Rei Leão, parecem reais. É isso o que chamamos de “live-action”, a mais recente corrente dos estúdios norte-americanos? Não exatamente. Enquanto alguns especialistas afirmam que o filme segue os critérios desta categoria, outros preferem defini-lo como uma animação. Para o crítico de cinema e youtuber , Max Valarezo, do canal Entre Planos, não tem nem o que se discutir: o filme é definitivamente uma animação. “Para ser considerado live-action, os atores precisam estar em frente às câmeras, e o remake de Rei Leão não teve nada disso. Os animais foram completamente animados”. Ele ressalta, no entanto, que o filme, sendo hiper-realista, impressiona e encanta como qualquer obra de arte da mesma categoria. “Acho que a Disney quer causar esse fascínio, de a gente saber que está vendo algo animado, mas ficar de queixo-caído com a abordagem estética realista”.