Por Rodrigo Domingues
Os esportes no ambiente corporativo já vêm de longa data. Jogos entre funcionários de empresas em São Paulo remontam ao início do século XX. Hoje em dia, entretanto, a questão tomou novos rumos. Tanto é que algumas empresas têm clubes e academias internas, além da já disseminada ginástica laboral. O futebol, como não poderia ser diferente neste Brasil varonil, segue sendo o mais praticado.
Esta relação entre esportes e ambiente laboral ganhou muito respaldo pelas constatações recentes da ciência, bem como os levantamentos estatísticos do Ministério da Previdência Social. Neste último, podemos ver que a maior causa de afastamento do trabalho se deve às dores na coluna. Dependendo do ramo de atividade da empresa, se somarmos da segunda à quinta causas, ainda assim não terão o número total de funcionários afastados por lombalgias ou cervicalgias (dores na região lombar e cervical, respectivamente). Já a ciência corroborou neste tocante para estabelecer relações entre tais dores com a força muscular.
Chama-se de CORE (palavra em inglês para “núcleo”) toda a musculatura localizada na região abdominal e pélvica. Esta estrutura foi estudada, em 2014, pela Faculdade de Nova Jersey, nos Estados Unidos, em conjunto com a Universidade da Coréia do Sul e o resultado é categórico em afirmar que as dores lombares foram consideravelmente reduzidas entre aqueles que fortaleceram estes músculos. Diversos outros estudos também reforçam esta relação!
Daí vem todo o interesse em se prevenir e também remediar estas dores através de programas de atividades físicas aos funcionários, afinal, pessoas afastadas ou com dor causam muito mais prejuízo do que qualquer custo inerente à promoção de atividades físicas, internamente. Todavia, estes incentivos frequentemente pecam pela falta de direcionamento e informação. Muito pouco se faz para estas disfunções da coluna. Os alongamentos, por exemplo, já perderam muito de sua relevância, pois não se conseguiu atrelar seus efeitos quanto às dores articulares, ao passo que o fortalecimento já é bem consistente quanto aos estudos científicos. E as ginásticas laborais normalmente seguem este mantra de “alongar”. Os grupos de corrida igualmente são muito pouco (ou nada) relevantes quanto às doenças ocupacionais típicas, bem como o futebol e outros esportes que geram impactos nas articulações. Sem dúvida que colaboram à integração e relaxamento, mas são pífios no combate às patologias, podendo incluir também as tendinites e todo o espectro de disfunções conhecido como DORT (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho).
Então, se você não quer problemas no seu trabalho ou se você é um gestor e entende a importância de uma equipe saudável fisicamente, reforço o que foi falado anteriormente: pratique exercícios que fortaleçam os músculos abdominais. Isso não tomará mais que 15 minutos do seu dia e evitará grandes dissabores na vida profissional e pessoal. Se tiver mais tempo, claro, busque estimular todos os seus músculos, incluindo tórax, braços e pernas.
Não há, entretanto, uma receita de bolo que eu possa aqui prescrever em breves palavras. Contudo, dou-lhe ao menos o rumo para que sua evolução profissional e/ou da sua empresa não sofram atrasos, afinal, qual sua chance de sucesso sentindo dor todo dia, o dia inteiro e pulando de médico em médico? Boa sorte e até a próxima!!!