O caso da implosão no Oceano Atlântico do submersível que iria realizar uma expedição até os destroços do Titanic e causou a morte de cinco pessoas, chamou a atenção do mundo para um mercado em ascensão: O mercado do turismo radical, com muita adrenalina.

turismo radical sempre chamou a atenção, seja para escalar montanhas, nadar com tubarões ou realizar saltos de aviões, mas com a crescente evolução da tecnologia os limites para a realização desse tipo de atividade se expandiram. Com diversas empresas oferecendo viagens a grandes profundidades nos oceanos e a enormes altitudes no espaço, uma questão tem surgido: por que o ser humano se submete à atividades perigosas?

A ação da adrenalina no cérebro

De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o cérebro é o órgão mais afetado pelas descargas de adrenalina, o que gera reações em todo o corpo. “A adrenalina, um hormônio produzido pelas glândulas adrenais e neurônios do Sistema Nervoso Central, desempenha um papel crucial em situações perigosas ou estressantes. O cérebro detecta o perigo e envia um sinal para a amígdala, que, por sua vez, aciona o hipotálamo. O hipotálamo comunica-se com o corpo através do sistema nervoso simpático, estimulando as glândulas adrenais a liberarem adrenalina na corrente sanguínea”.

A adrenalina desencadeia diversas reações no corpo, ela quebra moléculas de glicogênio no fígado, fornecendo energia aos músculos, também acelera a respiração, aumenta os batimentos cardíacos, contrai os vasos sanguíneos e estimula a transpiração”, Explica Dr. Fabiano de Abreu.

O cérebro viciado em adrenalina e os riscos do turismo radical

Em 1974, os psicólogos Donald Dutton e Arthur Aron conduziram um experimento revelador sobre como a atribuição errônea da excitação afeta nossos sentimentos de atração.

No experimento, homens que passavam por um parque em Vancouver foram entrevistados por uma mulher atraente. Metade dos entrevistados haviam atravessado uma ponte suspensa do parque, enquanto a outra metade passou por uma ponte sólida no mesmo local.

Após visualizarem uma foto e imaginarem uma história por trás dela, a mulher forneceu seu número de telefone aos participantes. Surpreendentemente, a maioria dos homens que ligaram para ela havia atravessado a ponte suspensa, confundindo a excitação com atração. Quando o experimento foi repetido com um entrevistador masculino, poucos ligaram.

Essa confusão ocorreu devido ao aumento dos batimentos cardíacos e da respiração acelerada na ponte suspensa, que foi interpretado erroneamente como atração. Pelos sentimentos de medo e paixão se relacionarem ao Sistema Nervoso Simpático, que está ligado com o instinto de lutar ou fugir, as reações geradas são semelhantes, o que pode confundir as sensações.

A exposição à adrenalina pode ser viciante pois quando ela ocorre em ambientes controlados, como parques de diversões ou esportes radicais, onde, teoricamente, os riscos de morte são mínimos, mas não a sensação de exposição a ela, o que faz com que o cérebro gere sensações que podem ser confundidas com prazer e paixão, o que pode gerar a necessidade de continuar se expondo a essas situações, muitas vezes ignorando os riscos incluídos nela” Explica o Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

Clique aqui e siga a Campinas Cafe no Instagram!