Esqueceu de almoçar? Lanchou rapidamente na frente do computador? Comeu em pé?Devorou toda a caixa de bombons sem nem mesmo perceber? Você se beneficiaria muito mais se fosse realmente consciente ao comer. “Alimentação consciente”, tradução de Mindful Eating, é um conceito derivado da prática budista batizada de Mindfulness, que significa “estar presente” no momento da refeição. Já ouviu falar? A ideia é dar mais atenção ao que colocamos na boca – e, assim, aproveitar uma refeição de forma mais harmônica e saborosa.  É essencial para quem almeja mudanças positivas no comportamento alimentar. É fazer as pazes com a comida! A prática é um convite para nutrir e “temperar” também os nossos sentidos! São técnicas baseadas na maior percepção do momento, que você pode aplicar em várias áreas da sua vida, inclusive na alimentação.

O significado disso é: estar focado na situação presente, no que você se propõe, sem julgamentos e sem distrações que tirem o foco da sua atividade. Para que possamos perceber as cores presentes em nossa comida, o cheiro e o sabor dos alimentos. Além de notar a quantidade e a qualidade da refeição que colocamos no prato. Se concentrando nas suas sensações e ritmos biológicos, como respiração e batimentos cardíacos, assim como nas suas vontades e desejos.  Para isso, diminuir ao máximo, sempre que possível, as tantas interferências externas: tente comer sem assistir televisão, sem ter o computador ou celular por perto. Para que o alimento seja saboreado mastigando mais lentamente e, então, podermos escutar a conversa do nosso corpo com a gente, por exemplo, percebendo os sinais de saciedade e fome.

Desafiador nos dias de hoje, não? Mas sim, é possível, pode acreditar. São práticas simples, para onde estiver e ao alcance de todos. Não precisa virar monge budista para conseguir!!  Os benefícios são vários, desde melhor digestão e consequentemente, maior absorção dos nutrientes, como emagrecimento e diminuição da impulsividade ao comer – aquela que nos faz devorar o alimento em segundos, engolir pedaços grandes como se não tivéssemos dente para mastigar ou como se o mundo fosse terminar amanhã! Pois bem, quem nunca né?! Vez ou outra pode até acontecer, o que não vale é essa exceção virar regra… e quando percebe você está o tempo todo “brigando” com a comida, transformando um momento que deveria ser prazeroso numa verdadeira tensão.

Mindful Eating é se autoconhecer, se auto perceber. Examinando os seus pensamentos, sentimentos e pressões internas que afetam como e por quê você come (ou não come). Proporcionando maior consciência em relação às reações e às respostas, a melhora da capacidade de concentração, maior tolerância emocional, controle de crises de ansiedade, entre outros benefícios. Compartilho aqui com você 7 passos dessa prática, que tal aplicar uma por dia durante 1 semana? Bora só por hoje!

  1. Mudança no Piloto Automático da Alimentação

Muitas pessoas comem a mesma coisa dia após dia. Dê um “chacoalhão” nos seus hábitos, varie os alimentos em alguma refeição, experimente algo novo.

  1. Mastigue de forma atenta e focada

Leve todos os seus sentidos para as refeições. Atente para a textura dos alimentos, temperatura, mastigue mais que o de costume. Verdadeiramente saboreie a sua refeição. Experimente cada mordida do início ao fim. Já pensou em colocar, por exemplo, apenas uma uva-passa na boca ao invés de pegar logo um punhado? Sinta o cheiro antes de colocar na boca, feche os olhos (para aguçar os outros sentidos), perceba a textura. Antes de morder deixe ela na boca mais um pouco, quais sabores percebe? “Grazi, tudo isso pra comer uma uva-passa…?!”. Não, tudo isso para você colher os benefícios de estar mais atento na hora de comer.

  1. Coma com atenção

Claro, se você está ocupado e tem um monte de comida no seu prato é difícil comer com atenção e deixar as tarefas de lado. Se você faz várias coisas enquanto come, pare e faça uma pausa de modo a poder dar 100% de atenção para sua comida. Desconecte-se à mesa, nada de celular. Por algum momento, quando você estiver comendo, apenas coma!

  1. Faça um “check-in” do seu nível de fome

Como está minha fome em uma escala de zero a dez (sendo 10 a fome máxima)? Devo comer agora? Devo comer este alimento, ou estou cedendo a um simples desejo sensorial (típico “comer com os olhos”, por exemplo)? Conferir seu nível de fome é importante, as perguntas que nos fazemos mentalmente nos ajudam a criar consciência mediante as respostas que

colhemos da nossa própria decisão. Tenha percepção quando a fome cessar e quando você deve parar de comer. Não precisa estar quase “explodindo” para parar de comer.

  1. Pequenas pausas

Utilize os talheres a seu favor: descanse-os, troque para a outra mão e aprecie tudo com calma.

  1. Desligue o julgamento sobre nutrientes e calorias

Esquecendo por um momento os conceitos de “gordice ou comida de dieta”, aqueles alimentos te trazem alguma memória? Tem afeto envolvido? O que te leva a comer mais ou menos de determinada comida?

  1. Saboreie sem culpa: procure mais Atenção ao invés de Tensão.

Pergunte-se: estou saboreando sem culpa? Saborear é diferente de devorar. Pense menos e sinta mais! Coma sem culpas e regras tão rígidas. Comer com culpa faz comer mais. Saiba que o sinal de satisfação tem um tempo para chegar ao nosso cérebro, então tente dedicar pelo menos 20min para a sua refeição. Coma melhor e não necessariamente menos! Comer é inerente a nós seres humanos e vai muito além de ser somente uma questão de repor nutrientes ou de compensar frustrações. Que tal fazer uma experiência de comer atentamente e sem julgamentos? Você pode escolher justamente um alimento que você já sabe que come com culpa ou em excesso e observá-lo melhor em todos os aspectos. Você pode se surpreender com os resultados!