O câncer de testículo, doença que quando comparada aos ‘famosos’ cânceres de mama e próstata, tem muito menos exposição na mídia. Este tipo de tumor já teve em evidência quando atletas famosos como os jogadores de futebol Ederson, Magrão e Arjen Robben, além de Nenê Hilário, do basquete, e de Lance Armstrong, do ciclismo, diagnosticaram a doença. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença representa de 1% a 5% do total de casos de tumores em homens no Brasil. É o principal câncer sólido (com exceção das leucemias e linfomas) diagnosticado em homens entre 15 e 35 anos. “É um tumor raro e cercado de muitos tabus por acometer o órgão masculino. O que pouca gente fala e é o mais importante, é que o câncer de testículo tem altíssimas taxas de cura, mesmo quando já há metástases”, afirma Higor Mantovani, oncologista do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia.
O câncer de testículo geralmente se apresenta como um nódulo (caroço) no órgão, que pode ou não doer, alterar a consistência e a cor do mesmo, e que quase sempre é percebido pelos homens quando eles tocam a parte genital. “Como alterações no testículo são facilmente perceptíveis, a doença é descoberta em estágios ainda iniciais, na maioria das vezes. Não incomumente, a parceira do paciente pode ser a responsável por notar tais alterações. O mais importante é reconhecer os sinais e sintomas mais frequentes da doença, assim como identificar homens com fatores de risco para o seu desenvolvimento. Dessa forma, é possível procurar auxílio médico no momento correto”, explica o médico.
De acordo com o Dr. Higor, muitos homens (jovens, como se espera para a faixa etária alvo desta doença) veem o exame do testículo como um tabu ou motivo de vergonha e, por isso, hesitam em procurar auxílio médico no início dos sintomas, o que acaba atrasando a detecção precoce de um possível tumor. “Vale lembrar que outras doenças benignas também podem acometer o testículo (orquite, epididimite, hidrocele, torção testicular, outras). Sendo assim, o exame do testículo por um profissional médico e a realização de exames complementares (ultrassom, exames de sangue específicos e até tomografias) certamente vão auxiliar no diagnóstico exato para cada individuo. Conversar, discutir, quebrar tabus e (o mais importante) estimular a busca pelo diagnóstico precoce são práticas que tendem a aumentar ainda mais a chance de cura desse tipo de câncer”, alerta.
Fatores de riscos
Existem algumas condições de saúde que são sabidamente fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de testículo. É o caso da criptorquidia, popularmente conhecida como testículo que não desceu ou testículo mal posicionado. “A criptorquidia é definida pela ausência ou a não localização do testículo na bolsa escrotal. Nesta condição, o testículo que durante o desenvolvimento fetal é gerado e se localiza dentro do abdome pode se apresentar no trajeto de descida até o escroto, mais comumente na região inguinal, ou até mesmo na dentro da cavidade abdominal. Para alguns homens portadores desta condição, faz-se necessária a monitorização deste testículo mal posicionado e, eventualmente, a abordagem cirúrgica para correção ou retirada do mesmo”, explica Dr. Higor.
Segundo o oncologista, estudos sugerem que homens com criptorquidia têm 3% mais chance de desenvolver câncer de testículo do que aqueles sem esta condição. “Mas a literatura sugere um risco maior de câncer testicular para pacientes com familiares com histórico da neoplasia em questão. Filhos e parentes próximos como irmãos e primos de primeiro grau de indivíduos portadores de câncer de testículo parecem ter um risco maior (2 a 5 vezes maior) de desenvolver a doença”, afirma.
O médico alerta: indivíduos que tem um histórico familiar de câncer testicular ou criptorquidia, é importante manter um seguimento regular de saúde com um médico para monitorar possíveis alterações suspeitas. “O diagnostico precoce possibilita o adequado tratamento e aumenta ainda mais a chance de cura”, finaliza o especialista.
Higor Mantovani é formado em Oncologia Clínica pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. É mestrando na área de Oncologia Clínica pela UNICAMP. É membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Higor faz parte do corpo clínico de oncologistas do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia e atua no Instituto Radium de Campinas, no Hospital Santa Tereza, Santa Casa de Valinhos e do Hospital Madre Theodora.
Sobre o Grupo SOnHe
O Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, é formado por oncologistas e hematologista que fazem o atendimento oncológico humanizado e multidisciplinar no Hospital Santa Tereza, Instituto do Radium, Madre Theodora, três importantes centros de tratamento de câncer em Campinas. E no Hospital Santa Casa, em Valinhos. A equipe oferece excelência no cuidado oncológico e na produção de conhecimento de forma ética, científica e humanitária, por meio de uma equipe inovadora e sempre comprometida com o ser humano. O SOnHe é formado pelos oncologistas: André Deeke Sasse, David Pinheiro Cunha, Vinicius Correa da Conceição, Vivian Castro Antunes de Vasconcelos, Rafael Luís, Susana Ramalho, Leonardo Roberto da Silva e Higor Montovani e pela hematologista Márcia Torresan Delamain. Saiba mais: no portal sonhe.med.br e nas Redes Sociais @gruposonhe