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Redação Graciolijulho 3, 2018

low carb high fat

Por Grazi Caproni                                                 

Low carb
               @grazicaproni

Low carb: “cardápio com pouco carboidrato”. Ela foi a dieta mais procurada em 2017 pelos brasileiros, com um crescimento de 986% em relação a 2016. Apesar de haver diferentes versões, a estratégia da dieta é um rearranjo entre os macronutrientes que devem compor a alimentação. Na low carb, a grande fonte de energia passa a ser a gordura. Não qualquer gordura ok? Falo disso logo mais! As proteínas permanecem sendo consumidas em quantidades adequadas, e os carboidratos em quantidades mínimas, de 50g até no máximo 150g por dia. Um ponto comparativo: as diretrizes dietéticas oficiais recomendam que os carboidratos forneçam entre 45% e 65% da ingestão de calorias diárias. Ou seja, se você comer 2000 calorias por dia, 225 a 325 gramas diários serão provenientes de carboidratos! O que a meu ver é muito frente a um gasto energético tão pequeno hoje em dia pela maior parte da população.

Como funciona?

Uma alimentação low carb não é zerar carbo ou comer carnes, bacon, ovos e gorduras em excesso, mas sim fazer com que o próprio corpo produza e use corpos cetônicos para fins energéticos. Como assim? Cetose é o nome dado ao processo de liberação de corpos cetônicos pelo fígado que acontece em decorrência da lipólise, ou seja, quando se está “quebrando” gordura para ser usada como combustível. Se nosso corpo não está “queimando” gordura, ele está “queimando” glicose para produzirmos energia e sobreviver. Porém, ao manter a ingestão de carboidratos baixa, você estará limitando a disponibilidade de glicose – a primeira fonte de energia que o organismo busca – e forçando seu corpo a valer-se da gordura dos alimentos e daquela armazenada para funcionar. O que além de ser um empurrão para reduzir o peso corporal, tem outras vantagens, como a melhora das funções neurológicas e neuroplasticidade, diminuição da fome e voracidade por doces, maior saciedade e clareza de raciocínio.

Dieta Low Carb
Dieta Low Carb

Importante

Para indivíduos saudáveis trata-se de uma dieta para um período de tempo pré-estabelecido, por isso o auxílio de um profissional é indispensável! Até para acompanhar se esse tal emagrecimento é de fato diminuição da gordura ou somente desidratação ou musculatura minguando, o que não é nada desejável.

Adaptação

Algumas pessoas se adaptam tão bem a essas estratégias, que se torna um estilo de vida, enquanto outras podem desencadear distúrbios alimentares. Fique atento. Dieta não é “receita de bolo” que vale pra todos. Certos sintomas também podem surgir, dentre os mais comuns estão mau hálito ou gosto metálico na boca, dor de cabeça, fraqueza e náusea. Alguns sentem como se estivessem gripados, têm vontade aumentada de urinar e alteração no cheiro do xixi e até do suor – nesse caso uma dica é manter-se hidratado São sintomas típicos e temporários e acontecem porque o corpo está mudando o combustível usado. É um período de adaptação que tem início até 2-7 dias (ou mais) após iniciar a low-carb.

 Gorduras

Comer gorduras “a mais” é uma estratégia falha a longo prazo. Você não precisa fugir da gordura natural dos alimentos. Um bife de contra filé, feito na manteiga, com ovos, gema em cima não é “gordura em excesso”. Agora, comer alimentos que sejam gordura pura, sem nutrientes envolvidos, isso não é low-carb. Na prática: comer a gema que está presente naturalmente no ovo e que além de gordura é rica em compostos bioativos, vitaminas e minerais é bem diferente de comer latas de creme de leite só porque tem pouquíssimos gramas de carboidrato. Concorda? Nozes e sementes, abacate, azeite de oliva e óleo de coco extra-virgem, o próprio coco, peixes gordos, ovos, carnes em geral, manteiga comum ou tipo ghee são algumas opções a consumir. Muitos vegetais, 2-3 pedaços de frutas por dia, grãos com moderação e quantidades mínimas de carboidratos amiláceos. Preferindo cenoura, batata-doce, abóbora, arroz integral ao invés de pães, massas e bolos refinados, cereais matinais, bolachas, etc.

Sair de um extremo e pular para outro pode não ser a melhor escolha. Dê um primeiro passo buscando apoio de um bom profissional com o qual você se identifique. Reflita sobre as suas prioridades.

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