Com representatividade nos Estados Unidos e países da Europa, os brechós vêm ganhando cada vez mais espaço entre os brasileiros. O mercado de moda circular deve crescer de 15% a 20% até 2030 no país de acordo com as projeções do Boston Consulting Group (BCG). Já o Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), estima que o mercado de roupas usadas deve ultrapassar o varejo de moda em 2024, assim como o valor do setor de fast fashion até 2030. A utilização de itens de segunda mão é mais do que um hábito, é uma mudança de vida.
Um dos exemplos de crescimento nesta área e que já está presente em Bauru é o Peça Rara, rede de franquia líder no segmento second hand. A marca foi fundada há 16 anos por Bruna Vasconi e hoje conta com a atriz Deborah Secco como sócia. “O consumo consciente é uma mudança de hábitos, uma virada de chave, um novo estilo de vida. Então, é importante pensar sempre em reusar, reciclar e reparar os itens. Ao incentivar a reutilização e a redução do descarte de mercadorias, impactamos significativamente o ciclo de vida dos produtos comercializados e promovemos o consumo consciente. Essa abordagem vem sendo cada vez mais aceita pelos consumidores, que buscam marcas que tenham um propósito claro e onde ele se aplica. Acreditamos em um novo estilo de vida, por meio de uma sociedade comprometida com a sustentabilidade e a responsabilidade social”, explica a CEO do Peça Rara, Bruna Vasconi.
Diferente de um brechó tradicional, as roupas do Peça Rara são distribuídos pelo espaço em araras e móveis que fazem com que todas as peças sejam encontradas facilmente. Todos os itens são separados por setores, incluindo feminino, infantil, masculino e, em algumas unidades, casa. Em média, os descontos podem chegar a até 50%, proporcionando uma oportunidade aos que desejam economizar. O consumidor pode ainda deixar roupas ou itens de casa fora de uso em consignação e voltar para buscar o valor arrecadado ou ficar com créditos que podem ser utilizados na própria loja. O diferencial é que estamos falando de peças únicas.
As lojas do Peça Rara contam com novidades diariamente, com excelente custo-benefício. Entre os diferenciais, a rede realiza uma curadoria das peças, higieniza os itens, sempre atuando com base no propósito da marca, visando uma nova utilização do bem. Aqueles que não passaram pela curadoria para ir para lojas têm dois caminhos – o fornecedor pode retirar ou doar para os bazares do Instituto Eu Sou Peça Rara, que nasceu com o intuito de ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade. O que vai para o instituto é colocado à venda com preços simbólicos e os valores são doados integralmente às causas sociais apoiadas pelo Peça Rara.
No ponto de venda de Bauru, o público é majoritariamente feminino, com idade entre 35 e 40 anos. Dessa forma, há uma vasta opção de roupas, produtos para gestantes que querem preparar o seu enxoval para a chegada do bebê ou mamães que buscam comprar roupinhas para cada fase do desenvolvimento dos pequenos. O local também é uma ótima alternativa para mulheres que gostam de garimpar novidades com ótimos preços, junto com as amigas, para produzir um look para uma ocasião especial ou para festividades. Também há itens voltados para homens, que podem acompanhar esposas e amigas durante a jornada de compra. Para se ter ideia, é possível comprar um look completo, com camisa, calça e sapato por, em média, R$ 150,00.
Franchising em Bauru
De acordo com dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising), a cidade de Bauru, localizada no interior de São Paulo, registrou um crescimento de 11% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda com base nos três primeiros meses do ano, houve uma variação de 14% no número unidades, totalizando 646 em operação na região. Além disso, o período registrou um incremento de 20% na geração de emprego.
O interior paulista já é considerado o maior mercado consumidor do país. Segundo dados do IPC Maps, pesquisa divulgada anualmente pela IPC Marketing Editora, São Paulo tem 24 milhões de habitantes no interior do Estado, sendo 16 milhões com idade acima de 18 anos, de todas as classes sociais. O potencial de consumo das categorias vestuário, calçados, acessórios, mobiliário e artigos para o lar somadas alcança o montante de R$ 43 bilhões.