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Sustentabilidade e o mundo corporativo

Redação Graciolijunho 21, 2021

Por Mariana Arruda*

“É a forma de ver, viver e encarar o mundo”. É assim que o professor da ESPM, coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS); ganhador do Prêmio Jabuti com o livro “101 Dias com Ações Mais Sustentáveis” e TEDx Coutdown Speaker, Marcus Nakagawa, define sustentabilidade. Para ele, ser sustentável é buscar um olhar que leve em consideração as questões ambientais e sociais, além da financeira. “Pensar, mitigar, diminuir e quem sabe acabar com os nossos impactos negativos no meio ambiente e nas pessoas é o principal objetivo da temática”, explica o especialista. De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, das 117 mil empresas analisadas, 54,3% justificaram os investimentos com foco na adequação aos códigos de boas práticas ambientais. Mas, o que é ser uma empresa sustentável?

Segundo Nakagawa, é o conjunto de decisões no seu cotidiano em função da parte financeira através de considerações ambientais e sociais. “As tomadas de decisões somente focadas na questão financeira podem afetar pessoas e também a natureza. Por exemplo, se você escolhe comprar uma nova frota de carros à combustão de energia fóssil e não uma frota movida à energia limpa, como algumas empresas estão fazendo”, explica o professor.

Quais os benefícios da sustentabilidade para empresas ? 

  1. Melhora a reputação e imagem;
  2. Oferece ecoeficiência;
  3. Oferece melhoria nos processos.

Seja sustentável

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De acordo com o especialista, uma das formas bem práticas e rápidas de iniciar uma jornada sustentável na empresa é montar um comitê de sustentabilidade, que debata as questões de diversidade, meio ambiente, investimento social, voluntariado e outros indicadores de ESG (Environmental, Social and Governance – em português: Ambiental, Social e de Governança). “Este grupo poderá ser formado por executivos, funcionários e ser uma equipe bem diversa. Com isso, poderão avaliar projetos de fácil implementação para dar vida e gás ao grupo. Mas ao mesmo tempo é importante buscar melhoras nas políticas, processos, projetos, produtos e serviços que se adequem às questões do desenvolvimento sustentável”.

Pequenas e médias empresas

Além disso, Nakagawa explica que não são apenas as grandes empresas que devem optar por essas iniciativas, já que elas precisam de fornecedores que dividam os mesmos valores sustentáveis. “Para pequenas e médias empresas existem várias cartilhas no Centro Sebrae de Sustentabilidade para ações simples, como: economia de água e energia, gestão de resíduos, diversidade na equipe ou ainda voluntariado com ações para a comunidade local. As pequenas e médias empresas precisam se diferenciar ainda mais e a sustentabilidade pode e deve ser um caminho. Além, obviamente, de fazer parte de seus valores”, completa.

De olho no consumidor

Segundo uma pesquisa realizada pela McKinsey no Brasil, em 2020, 66% das 1046 pessoas entrevistadas acham importante limitar as mudanças climáticas nas suas ações e 36% valorizam marcas com propósito de sustentabilidade. “Uma outra pesquisa da mesma empresa mostrou que 85% dos brasileiros disseram que se sentem melhor comprando produtos mais sustentáveis. Ou seja, o consumidor está colocando esse tema como um valor agregado aos produtos e serviços. A geração Z, além de comprar, fazem o tal do “cancelamento” das empresas, já que a mesma pesquisa mostrou que 84% desta geração para de comprar daquelas envolvidas em escândalos sociais e ambientais”, completa o professor.

Líderes para um mundo sustentável

De acordo com Nakagawa, os líderes, como gestores, diretores e presidentes das empresas, precisam ter esses valores agregados ao seu dia a dia para que a mudança seja efetiva. “Que não seja só uma fala bonita num discurso para os funcionários ou para uma reportagem de TV. O ideal é que os líderes possam trabalhar o famoso walk the talk e efetivamente implementar as ações mais sustentáveis. Essa transição pode ser um pouco mais demorada, mas tem que ser consistente, senão parece um suflê e pode murchar com o tempo”, explica. Ou seja, o discurso e ações sustentáveis precisam ser incorporados à cultura organizacional e aos valores da empresa. “Não pode ser somente um projeto da ‘moda’, é importante que chegue a fazer parte inclusive das metas e bonificações de todos, como é feita a parte financeira”, finaliza o especialista.

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