A Goma Arte e Cultura recebe a mostra de artes “eco-lógica” ‘Urubu-Rei’ no sábado, dia 15 de setembro, das 14h até 1h30 da manhã. O evento conta com exposições de artes visuais, mostra de performance, pintura ao vivo e apresentações musicais.
A mostra coletiva, com curadoria conjunta do Atelier Contágio, organizado pelo curador Mathias Reis, apresenta o trabalho de aproximadamente 30 artistas regionais, nacionais e internacionais. “O evento mostra uma forma de pensar que considera a produção de subjetividades como o principal modo de desenvolvimento do atual regime econômico. A arte é uma forma de criar linhas de fugas e com ela podemos desconstruir modelos subjetivos que aprisionam a nossa relação com o planeta e a vida numa contínua repetição das experiências. Precisamos experimentar com a arte para almejar o novo, um novo mundo eco-lógico”, esclarece um dos curadores, Francisco Flores.
Segundo Flores, dois motivos levaram a produção da exposição. O primeiro é devido a falta de vegetação em Campinas, que possui apenas 2,5% de sua vegetação originária. O segundo motivo são os recentes acontecimentos de empresas próximas do distrito de Barão Geraldo, que aumentaram as emissões de gases no ecossistema da região.
“Os artistas envolvidos percebem que a perpetuação dessas condições, agravadas pela recente redução de direitos sociais e a ausência de critérios reguladores da especulação mercadológica sobre o ambiente, transformaram a perspectiva do país em algo ruim. Foi assim que surgiu uma grande correspondência de sentimentos, desejos e expressões com o Urubu-Rei, espécie hoje em extinção no estado de São Paulo, por sua capacidade regenerativa no ambiente. A espécie é capaz de ver a três mil metros de altura e sentir o cheiro da carniça a cinquenta quilômetros de distância. Com essa mesma atenção para a crise ética e sociopolítica, as produções artísticas se alimentam do que restou do país em bando, reciclam a subjetividade e a retornam aos demais organismos da cadeia alimentar como vida, diferença e criação”, diz Reis sobre a relação do tema e o nome da exposição.
Os espaços internos da Goma serão ocupados pela exposição de artes visuais e os espaços externos com instalações, esculturas, bio-construções, reutilização de pallets e de grandes bobinas carretéis. Além disso, ao longo do dia, o evento, ainda, recebe mostra de performance, pintura ao vivo, apresentações musicais com Anders Kaltner e Bruno Trchmnn, tatuagem e fogueira. No evento também conta com o restaurante Azedinho Doce, o Trapos Brechó e a Navalharia.
Para finalizar, Francisco Flores comenta que “esta parceria coloca em prática uma das principais propostas da Goma, que é construir um território artístico por meio de relações duradouras com núcleos de artistas, oferecendo liberdade criativa para seus pensamentos”.