Nome eternizado no vôlei brasileiro, André Heller  dedicou 24 anos de sua vida ao esporte e conquistou diversos títulos, como o de Campeão Olímpico em Atenas, em 2004, e Mundial no Japão, em 2006, pela Seleção Brasileira de Vôlei. Hoje o ex-atleta coordena a equipe Vôlei Renata, participa de causas sociais e forma crianças e adolescentes pelo Programa Escola Voleibol André Heller, além de compartilhar histórias de sua carreira em palestras. A Campinas Cafe conversou com Heller para saber um pouco mais sobre sua carreira no voleibol. Confira! 

O que despertou em você o desejo pelo vôlei?

André Heller: Meu pai foi atleta e treinador de vôlei, e a modalidade estava no meu DNA. Porém comecei na prática esportiva em função de ser asmático. Não fui aceito no time da escola pois não sabia jogar ainda. Fiz um teste em um clube em Novo Hamburgo/RS e acabei passando por causa da estatura. Com o passar dos dias e dos treinos, descobri que quando eu mais treinava, melhor ficava, e quanto melhor ficava mais queria treinar e me capacitar.

Durante os seus 24 anos de carreira, teve um momento que marcou a sua vida e que você nunca irá esquecer?

O momento que me marcou no esporte foi no início da minha trajetória. Quando o meu primeiro técnico disse que eu precisava reagir as bolas durante um treino e falou a seguinte frase: “André, precisa ter paixão pela bola”. Em um primeiro momento não entendi o que significava, porém com o tempo, veio a descoberta sobre a importância da paixão pelo que fazemos. Motivação é a força motriz que move a engrenagem em busca dos nossos sonhos.

Em algum momento você pensou em desistir? Se sim, qual?

Sim, em vários momentos pensei em desistir, principalmente no início da carreira. No começo tudo parece mais difícil, mas é necessário entender que em qualquer história de sucesso e realizações, as dificuldades não aparecem pelo caminho, elas já fazem parte. Com propósito e objetivos claros, entendemos que dificuldades, uma derrota por exemplo, é a oportunidade de tentarmos novamente, mas agora fortalecidos pela experiência anterior.

Qual a sensação de saber que você inspira outras pessoas?

É um sentimento de realização por poder compartilhar com outras pessoas o que o esporte fez por mim no que diz respeito ao processo de dedicação, capacitação e engajamento. Poder ajudar as pessoas a entenderem que para alcançarmos os nossos sonhos precisamos escolher comportamentos que nos levem à excelência. Excelência é o que fazemos repetidamente todos os dias! 

Fale um pouco sobre como é coordenar a equipe do Vôlei Renata.

É um trabalho magnífico fazer parte de um Projeto que transforma tantas vidas e se relaciona profundamente com o esporte. Coordenar a Equipe é um desafio muito prazeroso e um exercício contínuo de compartilhar conhecimentos em benefício de um propósito maior.

Qual o sentimento de ter participado de Olimpíadas?

Sentimento difícil de descrever! Participei de três e em duas fui medalhista (ouro e prata). Realização e gratidão são sentimentos que estarão sempre presentes quando revisito as minhas memórias olímpicas.

Como você vê a relação de Campinas com o esporte?

Magnífica! Estamos melhorando muito no que diz respeito à construção de uma cultura esportiva visando saúde, qualidade de vida, esporte entretenimento e educação.

Qual conselho você dá para quem quer ingressar ou está ingressando no mundo do voleibol?

Saber onde quer chegar, ter objetivos e metas bem claros, além de ter consciência do ponto de partida. Ter consciência da realidade para poder traçar as estratégias e ações que nos levam até o lugar mais alto do pódio.