Após registrar um tombo de 40% em 2020, resultado do fechamento das portas e atendimento presencial em razão da pandemia da covid-19, o setor de alimentação como bares, restaurantes e padarias começa a ver uma luz no fim do túnel com a volta gradual das atividades. Este sentimento de retomada se confirma com o estudo de “Potencial de Consumo” para 2021, que acaba de ser divulgado pela IPC Maps, estimando uma alta no consumo na Região Metropolitana de Campinas (RMC) de 5,8% na alimentação fora do lar, e de 5,9% em bebidas. O levantamento também aponta um crescimento de 12,8% de empresas em atividades em comparação com o ano anterior.
Pela estimativa do estudo, neste ano o consumo de alimentação fora de casa deverá atingir R$ 4.004 bilhões, equanto o segmento de bebidas chegará a R$1,049 bilhões, totalizando R$ 5.094 bilhões em consumo. O valor ainda está bem abaixo dos números do período pré-pandemia, em 2019, que foram de R$ 5.949 bilhões.
Para Matheus Mason, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Campinas e Região, o estudo de potencial de consumo é positivo e confirma a sensação dos empresários do setor. Mas ressalta que o valor estimado ainda está 32% abaixo da pré-pandemia. “Levando em conta a taxa estimada de crescimento, o setor deverá levar cinco anos para recuperar a retração gigantesca provocada pelas crises sanitária e econômica e o isolamento”, alerta.
Segundo dados oficiais do IPC Maps, existem hoje em atividades na RMC, 34.700 empresas de alimentação fora do lar (eram 30.767). Levando em consideração este número e o potencial de consumo, o faturamento mensal por empresa aponta aproximadamente R$ 9.712 mil mês, bem diferente dos R$ 13.943 de 2019.
Segundo Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, “houve crescimento nominal nos valores de potencial de consumo de Alimentos e Bebidas, tanto na RMC como no município de Campinas, o que é um excelente indicador de que, aos poucos, as coisas tendem a voltar ao normal, mesmo com a segunda onda da pandemia”.
Para o empresário Sérgio De Simone, proprietário do Rancho Colonial Grill, este aumento no consumo, já verificado nas últimas duas semanas, resultado das pessoas saindo mais, é bom, mas mostra uma economia ainda franca. “A curto prazo, percebemos uma volta gradual das pessoas, com todos os cuidados, mas as contas ainda vão continuar deficitárias, com muitas empresas fechadas, com uma perda de 40%, o que mostra que vivemos uma terra arrasada”.
Já Roger Domingues, diretor da Rede Lanchão, diz que este crescimento de consumo ainda não é realidade no setor de lanches. “Não vimos o crescimento ainda. Abril foi pior que março”, explica. “Estamos aguardando maio para ver como será o mercado”