A exposição denominada “Mãe Preta”, das artistas Isabel Löfgren e Patricia Gouvêa, começa nesta sexta-feira (19), no Instituto Pavão Cultural, a partir das 17h. A mostra seguirá exposta até dia 18 de abril e faz parte do XII Festival Hercule Florence de Fotografia, criado em 2007 por Hercule Florence, considerado o pai da fotografia. “Mãe Preta” faz uma reflexão importante através de imagens da maternidade negra em arquivos históricos, aprofundando as questões das lutas das mulheres (e mães) negras contra as violências do racismo.
Segundo Isabel e Patricia, o objetivo da mostra é expor as relações maternas que estão no vasto acervo de imagens da escravidão feitas por viajantes e fotógrafos, além, também, de jornais que circulavam na época. Dois vídeos completam o trabalho, produzidos em parceria com mães negras do Rio de Janeiro e com lideranças femininas do Quilombo Santa Rosa dos Pretos, no Maranhão.
“A cegueira da sociedade branca brasileira em relação à questão racial é por definição criminosa, pois advém de um legado escravagista que ela custa em admitir e reparar. Acreditamos que a arte tem uma importante contribuição na luta antifascista, pois tem o poder de criar novas imagens e novos vocabulários que operam no inconsciente dos espectadores”, comenta Patricia Gouvêa.
Nesta edição da montagem da exposição em Campinas, onde a cidade sofreu apagamento históricos em relação a memorialização da escravidão, o Grupo Cultural Fazenda Roseira é um dos parceiros vão trazer conhecimentos do passado de geração a geração e, durante a exposição, o grupo estará presente por meio de atividades e um acervo de plantas rituais, cura e alimentos cultivados no próprio local.