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Val Marchiori é diagnosticada com câncer de mama durante exames de rotina

Redação Gracioliagosto 27, 2025

Apesar da alta incidência entre as mulheres, câncer de mama possui altas chances de cura quando diagnosticado precocemente, o que pode ser feito com o autoexame das mamas e a realização regular de mamografia. Foto divulgação.

Em vídeo publicado em seu Instagram, a empresária Val Marchiori revelou que foi diagnosticada com câncer de mama durante um exame de rotina: “Hoje estou aqui para dar uma notícia não tão boa. Fui fazer um exame de rotina e sempre tive medo de fazer mamografia. Tive que fazer uma biopsia por causa de um nódulo suspeito na mama direita e hoje saiu o resultado. É um tumor maligno, um câncer de mama”, contou a socialite.

Val não está sozinha. Com exceção dos tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o tipo mais comum da doença entre as mulheres. “O câncer de mama é causado quando as células da mama sofrem mutações que as fazem se multiplicar de maneira anormal, formando um tumor. Existem diversos tipos de câncer de mama que variam de intensidade, e por conta de fatores genéticos, a doença evoluirá de formas diferentes”, explica o oncologista Dr. Ramon Andrade de Mello, do Centro Médico Paulista High Clinic Brazil (São Paulo), vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia.

Entenda a doença

Mas, apesar da complexidade da doença, a detecção precoce é a chave para o sucesso do tratamento, aumentando consideravelmente as taxas de cura. “Na grande maioria dos casos em que o câncer de mama é diagnosticado precocemente, as chances de cura ultrapassam 90%”, pontua o médico, que acrescenta que a principal estratégia para identificar esse tipo de tumor precocemente é uma combinação do autoexame da mama com a realização regular da mamografia. “O autoexame é importante para que a mulher conheça a própria mama e consiga perceber alterações suspeitas que podem indicar tumores, como nódulos endurecidos, secreções e alterações na pele, como retração ou aspecto de ‘casca de laranja’. Mas ele não substitui os exames regulares de rastreio, como a mamografia, que é a forma mais eficaz de detecção precoce, pois consegue identificar lesões antes de serem palpáveis, devendo ser realizado anualmente a partir dos 40 anos”, diz o Dr. Ramon.

A atenção deve ser redobrada por mulheres com maior predisposição a desenvolverem o câncer de mama, que é mais comum após os 50 anos, em pessoas com histórico familiar ou pessoal da doença e com mutações hereditárias em genes específicos. “E embora muitos casos de câncer de mama estejam associados a fatores genéticos e hereditários, o estilo de vida e a alimentação desempenham um importante papel na saúde do corpo e podem aumentar ou diminuir sua suscetibilidade. Por isso, algumas medidas podem ajudar a prevenir o câncer de mama, incluindo: dieta balanceada, rica em frutas e vegetais e evitando alimentos pró-inflamatórios como frituras e gorduras trans; evitar sobrepeso, já que a obesidade está relacionada ao aumento do risco de vários cânceres, incluindo o de mama; atividades físicas regulares, pelo menos 1 hora, 3 dias por semana; evitar ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e não fumar”, acrescenta o médico.

Mas uma vez diagnosticado, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes para aumentar as chances de sucesso e conter a progressão do câncer, impedindo que cresça e se espalhe para outros órgãos. “O tratamento é individualizado e indicado caso a caso. No geral, a cirurgia costuma ser a primeira indicação, podendo ser conservadora, quando apenas parte da mama é retirada, ou total, quando há necessidade da retirada completa da mama. Muitas vezes, a cirurgia é combinada com sessões de quimio e radioterapia, seja antes, para diminuir o tamanho do tumor, ou depois, para eliminar possíveis células residuais e reduzir o risco de recidiva”, pontua o especialista.

Novos tratamentos

Existem ainda tratamentos mais novos voltados para casos específicos. “A hormonioterapia pode ser indicada quando o tumor depende de hormônios para crescer, as terapias-alvo agem em alterações específicas, como o marcador tecidual HER2, e a imunoterapia vem sendo utilizada em casos selecionados, como o câncer de mama triplo-negativo, ajudando o próprio sistema de defesa do corpo a combater a doença”, diz o Dr. Ramon Andrade de Mello, que ressalta que a escolha deverá ser feito pelo médico de acordo com o diagnóstico, necessidades e características individuais de cada paciente.

Sobre o *DR. RAMON ANDRADE DE MELLO: Médico oncologista do Centro Médico Paulista High Clinic Brazil (São Paulo), vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Pós-Doutor clínico no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), pesquisador honorário da Universidade de Oxford (Inglaterra), pesquisador sênior do CNPQ (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico), Brasil, vice-líder do programa de Mestrado em Oncologia da Universidade de Buckingham (Inglaterra), Doutor (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal). Tem MBA em gestão de clínicas, hospitais e indústrias da saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), São Paulo. É pesquisador e professor do Doutorado da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), de São Paulo. Membro do Conselho Consultivo da European School of Oncology (ESO). O oncologista tem mais de 122 artigos científicos publicados, é editor de 4 livros de Oncologia, entre eles o Medical Oncology Compendium, Elsevier, de 2024. É membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP. Instagram: @dr.ramondemello

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