A temporada de concertos da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, que celebra 90 anos de existência em 2019, terá como um de seus palcos o Auditório Dom Gilberto, em apresentação gratuita no dia 3 de maio, às 20h, no Campus I da PUC-Campinas. Aberto ao público, o evento ainda conta, na mesma data, com um ensaio geral, às 10h.
As comemorações, que marcam a trajetória de nove décadas da Orquestra Sinfônica, uma das mais antigas em atividade no Brasil, contemplam uma série de 13 programas em 26 concertos a serem apresentados até dezembro no Teatro Municipal José de Castro Mendes, em Campinas.
O concerto especial na PUC-Campinas, contudo, resgata um capítulo importante desta história. Em 1963, um projeto idealizado por Monsenhor Emílio José Salim, à época reitor da instituição, permitiu que a Orquestra fosse mantida com recursos da Universidade. Por um período de quase dois anos, ficou conhecida como Orquestra Sinfônica Universitária, contando com a participação de alunos, que constituíram grande parte dos primeiros e segundos violinos do grupo.
A apresentação na Universidade, cuja entrada é permitida para maiores de 6 anos, contará com músicas do compositor alemão Georg Friedrich Händel. A obra “Música Aquática”, estreada em 1717 em um concerto encomendado pelo Rei Jorge I e executado sobre o Rio Tâmisa, será regida pelo conterrâneo e maestro Erich Lehninger, que conduzirá mais de 30 músicos no espetáculo.
Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas
A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas foi a primeira instituição do gênero a surgir em uma cidade brasileira fora de capital de Estado. Documentos encontrados recentemente, hoje guardados em um centro de memória, comprovam a data de sua fundação: 06 de outubro de 1929, inicialmente denominada Sociedade Symphonica Campineira.
A primeira apresentação foi realizada em 15 de novembro de 1929, data em que é comemorada a Proclamação da República, sob a regência do maestro Salvador Bove, no Teatro São Carlos. A estreia foi definida pelos músicos como a “Hora da Arte”.
Por mais de quatro décadas, a Orquestra sofreu com a falta de apoio financeiro, provocada por impactos de crises econômicas no Brasil. Neste período, o grupo foi extinto, ressurgiu e chegou a ser mantido, por dois anos, com recursos da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Na década de 1970, após ter a situação regularizada pela Prefeitura, recebeu o nome que carrega até hoje, se tornando a primeira orquestra sinfônica brasileira do interior de São Paulo financiada pelo poder público.
Ao longo dos anos, a orquestra vem encantando o público com obras de grandes compositores e privilegia o trabalho de artistas regionais. Atualmente, tem como diretor artístico e regente titular Victor Hugo Toro, e Radamés Bruno como diretor administrativo.