A facilidade de se encontrar e comprar fogos de artifício, o torna cada vez mais frequente em qualquer tipo de comemoração. Na virada do ano, ele é protagonista. Mas, enquanto os humanos apreciam o show de luzes, a maioria dos animais sofre com o barulho. E engana-se quem acredita que são apenas os cachorros.

De acordo com a professora de Medicina Veterinária na Faculdade Anhanguera de Campinas III, Bruna Silvatti, cães e gatos escutam sons agudos em uma distância maior que o ser humano devido ao extinto de proteção e caça. “Os animais domésticos e até silvestres possuem uma sensibilidade auditiva diferente da nossa e conseguem, inclusive, escutar sons inaudíveis ao humano”, explica.

Para se ter ideia, segundo a médica veterinária, as pessoas são capazes de ouvir de 20 a 20.000 Hz, enquanto cães escutam de 15 a 50.000Hz, gatos de 60 a 65.000Hz e morcegos de 1000 até 120.000 Hz. Ou seja, aquele som inofensivo a quem festeja, pode ser responsável por diversas reações nos bichinhos, que podem até levar à morte. “Os animais se assustam com o barulho a ponto de ativar o comportamento de ‘luta ou fuga’, que ocorre quando algo é aterrorizante ou ameaçador. A maioria entra em desespero e quer fugir”, afirma a professora.

Fogos de artifício e pet

Apesar de já existirem opções silenciosas de fogos de artifício, elas ainda não são usuais. Nesse caso, é importante que o dono conheça seu animal e saiba como agir durante a queima. “Os tutores que possuem animais que tem medo devem procurar um veterinário, que pode indicar florais e medição homeopática e alopática, além de orientar como cada ambiente deve ser preparado para aquele animal”, lembra Bruna.

A veterinária lembra de que qualquer um dos métodos deve ser testado previamente para que não haja problemas durante as festas. “O ideal é que o animal não fique sozinho, mas se ficar, verifique se o lugar é fechado e não tenha objetos que possam machucá-lo”, finaliza.

3 dicas durante a queima de fogos:

  • Tente camuflar o som dos fogos. Ligue o rádio ou a TV, feche as janelas, ligue o ventilador ou o ar-condicionado.
  • Não force seu cão a nada. Se ele quiser se esconder embaixo da cama, deixe. Ao obrigá-lo a fazer algo que não quer, o tutor pode estimular o aumento do medo e o cão pode se tornar agressivo ao sair de sua zona de conforto.
  • Quando seu cachorro ouvir um barulho que o assuste, ao invés de se abaixar e ficar preocupado com ele, mude a sua reação. Tente mostrar que está tudo bem jogando a bolinha ou dando um petisco. Aos poucos ele passará a associar o barulho que o assustava com uma situação mais prazerosa.