É impossível pensar em Portugal e não lembrar de gastronomia, história, arquitetura e até das ilhas paradisíacas. O país, conhecido por estar entre as melhores qualidades de vida do mundo e ser o preferido de Madonna, tem muita história no universo da arte. E ele vai muito além dos clássicos azulejos. Na terrinha, é possível se deparar até mesmo com arquitetura e obras impactantes feitas de ossos. A marchand Livia Doblas passou 14 dias entre Lisboa, Douro, a pequena Évora e Serra da Estrela e traçou um roteiro interessante para quem admira arte. Anote!
MAAT

O MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia – fica em Lisboa e é parada obrigatória. O projeto arquitetônico assinado pela arquiteta britânica Amanda Levete, impacta qualquer turista que passa pelo rio Tejo. “A exposição da vez é do artista japonês Tadashi Kawamata, com a instalação Over Flow. O interessante é que o museu, no momento, conta com outras exposições, que também nos fazem refletir sobre a destruição do homem sobre o planeta e sobre si mesmo”, conta Livia.
Museu Calouste Gulbenkian

Com obras que pertenciam ao colecionador de artes Calouste Gulbenkian, um magnata do petróleo que nasceu em Istambul e se fixou em Lisboa em 1942, o Museu Calouste Gulbenkian, também em Lisboa, leva o seu nome e possui dois prédios: o de Arte Antiga e o de Arte Moderna e Contemporânea. “A coleção abrange um largo período da História da Arte e vasta área geográfica, que podem ser apreciadas em forma de quadros, esculturas, vasos, tapetes, cerâmicas, joias, móveis, entre outros. Impossível ver todo o museu em menos de duas horas e meia”, aconselha.
Museu Nacional do Azulejo

Um clássico de Portugal, o azulejo é uma arte identitária do país. Livia explica que, nos últimos cinco séculos, o uso deles foi entendido em outras culturas, mas não como nas terras lusitanas, afirmando um gosto português. “O Museu Nacional do Azulejo em Lisboa é o ponto de partida para conhecer esse patrimônio que pode ser visto em todo o território. Ao longo do tempo, as temáticas foram mudando e podemos ver esferas islâmicas, têxteis, renascentistas, góticas, além de um andar dedicado a artistas contemporâneos”.
Museu da Arte Sacra em Évora

Nossa Senhora da Pobreza (entre séc. XV e XVI)- Sem artista.“A pequena cidade de Évora, uma verdadeira vila medieval, encontramos arte sacra, arte em azulejo e ao mesmo tempo arte contemporânea. No museu podemos contemplar diversas imagens de santos e anjos em madeira policromada do século XVIII e no estilo barroco, a maioria delas retiradas de igrejas que não existem mais”, conta a marchand.
Capela dos Ossos

Na época das pestes e guerrilhas, centenas de pessoas morriam e não existia um cemitério que comportasse os restos mortais dos habitantes de Évora e cidades vizinhas. Na época, os padres criaram a Capela dos Ossos para homenagear os mortos e solucionar a falta de espaço. “Lá os ossos separados por tamanhos e tipos, de crianças e adultos, foram transformados em arquitetura e arte. Um pouco sinistro porém fascinante e único. Acima da Capela dos ossos temos um mirante imperdível da cidade de Évora”, finaliza Livia.
Fotos: Livia Doblas