Campinas recebe exposição “Haja Hoje para Tanto Ontem”

A mostra acontece até dia 12 de julho

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Até o dia 12 de julho o Museu da Cidade – Lidgerwood recebe a mostra coletiva “Haja Hoje para Tanto Ontem”, com a participação de sete artistas visuais radicados em Campinas. A proposta da exposição deriva das aulas ministradas pelo artista visual Marcelo Moscheta durante o primeiro semestre de 2019 e tem como objetivo tratar do espaço histórico da antiga fábrica Lidgerwood como o ponto de partida para as intervenções em arte contemporânea realizadas pelos seus alunos/artistas.

Com a participação dos artistas visuais Ana Almeida, Daniele Shirozono, Estefania Gavina, Guilherme Pilarski, Isabelle Ferrão, Marilde Stropp e Marcelo Moscheta, exposição conta com 12 obras realizadas neste ano especialmente para a exposição em diversos formatos, mídias e dimensões.

Sobre a mostra

A exposição tem como proposta a valorização do espaço do museu acima de tudo, trazendo um olhar que se caracteriza atento à condição histórica e patrimonial da arquitetura e sua relação com a cidade e seus fluxos, como aponta Marcelo Moscheta: “Olhar para a cidade em que vivemos e o que fazemos dela, como referência para nossas decisões é também olhar para dentro de si. A todo momento somos permeados e atravessados pela carga histórica daquilo que nossos antepassados fizeram. O papel que cada desempenha em seu dia a dia e a forma como atua na cidade como um agente de transformação diz muito a respeito daquilo que somos formados, todos os afetos e angústias, nossas decepções e reações.”

Fita crepe, borracha, chumbo, acrílico, madeira e pedra são alguns dos elementos que constituem as obras escultóricas e instalações criadas pelos artistas para o espaço da antiga fundição. Um exemplo disto é a instalação VINCO, da artista Daniele Shirozono que é composta de três estruturas geométricas em acrílico transparente formadas a partir da dobra de uma superfície plana que pretendem se fundir à arquitetura do antigo prédio, ao mesmo tempo que suas sombras crescem à sua volta. Segundo a artista “O edifício da empresa Lidgerwood tem cicatrizes do seu passado impressas nas suas paredes descascadas, com tijolos aparentes e marcas do que já esteve ali. Meu trabalho, assim como o edifício, evoca a memória, pois vincar também é deixar registradas as ações em alguma superfície.”

Haja Hoje para Tanto Ontem

Já o artista Guilherme Pilarski pontua que “…independente dos elementos ou formas que cada um está trabalhando, estamos todos partindo do espaço físico, a forma desse lugar, o seu contexto, o que representa dentro cidade…” Assim sendo, a exposição trata de questões mais amplas no espectro da percepção e do mal-estar dos tempos atuais, afirmando que “Vivemos uma superabundância de informações, o hoje se apresenta com muita intensidade, multifacetado. Esse conhecimento todo tem reverberado de forma estranha na sociedade e nós ficamos aqui tentando entender esses outros caminhos”.

A exposição que empresta seu título de um poema de Paulo Leminski: “Haja hoje para tanto ontem. E amanhã para tanto hoje. Sobretudo isso”, reflete a forma como temos lidado com o peso da História. Esta que pode ser pensada através de um espaço físico, como as paredes e estruturas do próprio museu ou também na forma como nos relacionamos com nosso dia a dia na cidade, fruto de uma evolução daquilo que fizemos no passado. Ancorado na ideia de memória latente do espaço, os artistas foram incentivados a pensar obras e relações que poderiam ser estabelecidas com sua própria trajetória nas artes visuais, criando assim um diálogo profícuo com a história e memória da cidade em que vivem.

SERVIÇO

HAJA HOJE PARA TANTO ONTEM

Artistas: Ana Almeida, Daniele Shirozono, Estefania Gavina, Guilherme Pilarski, Isabelle Ferrão, Marilde Stropp e Marcelo Moscheta

Data: Até dia 12 de julho
Horário: de segunda a sexta, das 10h às 17h e sábado, das 10h às 13h
Entrada: gratuita
Endereço: Av. Andrade Neves, 33, Campinas – SP